terça-feira, 7 de abril de 2015

Uma Geração Corrompida, Ainda Há Esperança?


“Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele”.  Apocalipse 2:4-5

O que escreverei nessa postagem incomodará muita gente, será como comichão nos ouvidos de muitos religiosos.

Acredito ser do conhecimento dos leitores a frase “esta é uma geração de adoradores”, “esta é uma geração eleita”. Nada contra as frases citadas, mas não concordo com a aplicação das mesmas para nós (me incluo), para essa geração, tenho consciência e respeito às exceções, pois acredito que exista, mas meditem no que escreverei abaixo e faça um exame de consciência.

Observando a maneira como cultuamos, avaliando as motivações dos cultos, olhando as obras eclesiais, avaliando as nossas ações como pessoa e as nossas obras como igreja, cheguei a triste conclusão que somos a pior geração já existente desde o dia de pentecostes em Jerusalém. Somos uma geração corrompida pelo modismo, heresia, vaidade, soberba, incredulidade, imoralidade, contenda e egoísmo, ou seja, nos tornamos uma geração mais carnal e menos espiritual, mais confiantes em nós mesmo e menos dependentes de Deus. Vivemos um período de hipocrisia em todas as escalas da sociedade brasileira, inclusive dentro das igrejas. Amados, amo e respeito às exceções e não estou me referindo a “esses” que estão quase em extinção, mas com sinceridade embasada na vida prática e com respaldo Bíblico me convençam que somos uma geração de adoradores, que nossas ações e frutos são de um povo eleito? Se fores temente a Deus confirmarás o que estou escrevendo, pois o que sinto é uma vergonha profunda diante de Deus.

Pouca diferença existe hoje entre alguns que diz que serve a Deus (igreja) e aqueles que não servem (mundo), nos tornamos mais parecidos com o mundo do que com Cristo. Entendo que não é fácil aceitar tal posicionamento, isso dói, provoca lágrimas e uma vontade de gritar: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” Mt 3:7. É bem verdade que durante toda história da igreja encontraremos relatos de crises, de dificuldades e até de escândalos, mas nada comparado ao que temos vivido nesses últimos anos. Algo tem feito com que a minha alma se angustie, refiro-me à vista grossa que é dado ao tratamento do pecado. O pecado tem encontrado conforto, alimento e espaço no meio de algumas igrejas.  Jesus não é mais o alvo, a razão da comunhão não é adorar a Deus em espirito e em verdade, mas o de barganhar. A inversão de valores cristãos é tão perceptível e tangível no seio das igrejas e na sociedade que errar é fazer o “certo”.

Como posso concordar com a declaração de que vivemos uma geração de verdadeiros adoradores, como posso afirmar que somos uma geração eleita, a imaculada noiva do cordeiro se o que mais praticamos é mentir, difamar, roubar, furtar, adulterar, prostituir, fornicar, cobiçar, impureza sexual, luxúria, pedofilia, vaidade excessiva, egoísmo, soberba, contenda, discórdia, amar ao dinheiro, desprezar o amor, não perdoar, não usar de misericórdia, ameaçar, guerrear, religiosidade, assassinato, vingança, suborno, propina, bajulação, hipocrisia, falsidade, falácia, sofismo, e muito mais, quem prática tudo isso é o mundo, a igreja tem o dever de pregar o evangelho com a sua vida (Ap. 2:4-5), mas o que temos são vidas desprovidas de Deus, escandalosos e amantes de si mesmo. Amados, repito que tenho convicção que existem as exceções (remanescentes), mas estão cada vez mais raros, Jesus está voltando, sei que alguém vai declarar que é necessário que isso aconteça, mas é Bíblico também que eu não me conforme com este mundo (Rm.12:2) – “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

Do altar aos halls dos templos, de pregadores a cantores, de membros a congregados, do mais distante a mim mesmo, não vejo razão para nos autopromover a “geração de adoradores e a geração eleita”, pois a meu ver somos uma vergonha como cristãos quanto à fé e a prática. Mesmo assim reconheço com a minha míope visão, que o amor de Deus é imensurável, assim como a sua graça é incalculável, por isso ainda tenho esperança, (Lm. 3:21-26). Acredito no poder regenerador e restaurador do Espirito Santo, portanto voltemos enquanto é tempo à prática das primeiras obras, é desejo do Senhor nos eleger, nos aprovar, nos ataviar para o tão esperado dia do arrebatamento. Ainda há esperança, (Jó 14:7-9) – “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó. Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta”. O único modo de sermos uma geração de adoradores e uma geração eleita é voltarmos à prática do Evangelho de Cristo, voltemos e alcançaremos graça e renovo, pois Deus tem o poder para nos fazer florescer de uma maneira inimaginável.

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